Por: Paulo Renato César
http://paulorenatocesar.blogspot.com
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É possível andar sem artifícios
Ficar sóbrio já é tão difícil
Vejo as pernas sem pretensão
vejo a morte sem dimensão
Fico pasmo com as crianças
Sobrevivo só com lembranças
De um tempo mais que passado
Hoje, amores desfigurados.
Um dia foi só fantasia
Um dia já fiz melodia
Das vozes que ardiam
Retrucando a poesia
Eu desejo sua cabeça
Prá fazer uma canção
Não escuto com as orelhas
Só falo via coração
E percebo que não vejo
Mais gaivotas entre as nuvens
Não consigo mais notar
As vitórias nas derrotas.
E ouvindo velhos discos
Conversando com pessoas
Sinto falta dos meus riscos
De uma gente mais à toa
Prá que eu possa injetar
Nessa sua alma pura
Uma dose de palavra
Com ternura e loucura.
http://paulorenatocesar.blogspot.com/
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