Domingo, 23 de janeiro. Saímos de Interlagos, zona Sul de São Paulo. Da janela do automóvel uma cidade sem trânsito, iluminada por um sol resplandecente.
Despudorada a se apresentar aos olhares mal despertados.
A 23 de Maio a ondular-se mais adiante. Serpente prateada antecipando o carnaval.
Da Líbero Badaró, caminhamos até a Rua Álvares Penteado
No CCBB, Centro Cultural do Banco do Brasil, a exposição Islã- Arte e Civilização.
Aprendemos que a palavra Islã remete a uma cultura, um modo de vida e a uma religião. Que a civilização árabe-islâmica contribuiu de forma relevante para a arte universal. Que no Islã, Deus é único, mas sua criação é múltipla. Fantástica é a evolução da caligrafia. Árabes e muçulmanos criaram letras e estilos surpreendentes. Que a diversidade cultural, tal qual em São Paulo, é fantástica.
Vimos fragmentos de arquitetura, manuscritos, iluminuras, peças de ourivesarias, cerâmicas, mosaicos, mobiliários, tapeçaria, vestuário, armas e muito mais.
Chegamos perto dos valores culturais de uma civilização da qual também somos herdeiros.
Na biblioteca, extasiados leremos trechos do alcorão.
Muito riso e pouco siso na portinha de madeira, do século 19.
Saberemos mais tarde, que não é réplica de mesquita coisa nenhuma e sim, “a porta do casal”.E que mostra, a importância da área íntima da casa. Ah, esses árabes das mil e uma noites!
No Museu da Língua Portuguesa, serão quatro horas de total imersão em Fernando Pessoa.
Assistiremos ao filme. Ouviremos música e poesia na Praça da Língua. Aprenderemos que Fernando Pessoa, plural como o universo, tem mais de 73 heterônimos. Veremos que seus personagens desfilam emoções neste palco filosófico. Concordaremos que São Paulo é também tão plural quanto o universo. Saberemos que ele é um poeta que agrada, incomoda e fascina. Comove e inquieta.
Na palestra, enlevados, concordaremos que tudo é símbolo e analogia.Que o futuro pertence àqueles que acreditam na beleza dos seus. Que uma declamação emocionada, entusiasma e motiva.
De noite, entenderemos que o homem necessita de pão e vinho. Empolgados comeremos pizza e entre risadas lembraremos que pensamentos e ações modificam o ambiente.
Entenderemos que, quem ama poesia, viaja no tempo.
Ficará mais claro o que Fernando Pessoa disse: viver não é necessário, o que é necessário é criar.
Sentiremos que a Ordem da Poesia e do Vinho, inspira “mensagem”, amizade e criatividade.