quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Um mar de tsusus para Helena





“Felicidade se aprende nas horas de descuido” – Guimarães Rosa

A nossa impressionante confraria ficou desfalcada. Daquele sorriso, daquela presteza e generosidade incontidas, restaram lágrimas explícitas, copiosas.

Agora esta saudade plasmada na tristeza, encapsulada nas horas incertas. Horas dolorosas a rebobinar afetos e alegrias, vivamente compartilhadas.

Entre tsurus e pesares, a busca de novos ares. Golpe de ar. Retorno  ao princípio de tudo.

Helena que não era de Tróia mas muito, muito guerreira. Partiu deixando um rastro de luz e lágrimas.  Mulher que sabia se mover e comover. Gestos simples multiplicando gentilezas em meio a tantas incertezas. Poemas copiados nas fichinhas sem saber que era ela, a poesia e a ordem. 

Emoções emudecidas. Razões reconhecidas.
Enrodilhando-se em dor, entregando-se, doando-se.  Fazendo comidinhas saborosas. Presença amiga. Presente.  

Dizem que chorar nossos mortos é ainda celebrar a vida. Uns vão, outros ficam. É da vida. Navegar em emoções. Soltar as asas da paixão. Aos que ficam, dizem, aproveitem.

Amizades, poesias, vinho, sabedoria. Tudo amalgamado na Ordem da Poesia e do Vinho. Resignificados.

Nós aqui, tristíssimos, extáticos. Ela, no espaço sideral, reservado só aos raros, a nos contemplar e animar.

Um mar de tsurus para Helena