sexta-feira, 13 de julho de 2012

A música harmoniza tudo


Mais um dia de caos na cidade de São Paulo. Na região sul, os bandidos interceptaram o ônibus e, sob ameaça, obrigaram o motorista a deixar o veículo atravessado na rua. Fugiram levando as chaves. 

Pegamos o valoroso 675L/10 Metrô Santa Cruz. Ao cumprimentar o motorista, ele foi logo avisando: não sei a que horas iremos chegar. Tá tudo parado. Dizem que foi o PCC.

O tráfego fluía. Andava lentamente, é verdade. Mesmo assim, era sinal de sorte. Contrariava o prognóstico do nosso motorista. 

Ao parar no ponto em frente da AACD, mais passageiros. O motorista então aperta o portão de descida do elevador da porta, a fim de ajudar um rapaz a subir com sua cadeira de rodas. Nisso a porta travou. Bem dizem que alegria de pobre dura pouco... Mexe aqui, aperta acolá, peleja lá fora. Depois de um tempo e de muito aperto de gente, consegue-se instalar o rapaz e seu possante no cantinho a ele destinado. Ao dar a partida, mais pessoas chegam querendo entrar. E a porta rebelde chicoteia. Desta vez, bem no braço de uma idosa. Novo entra e sai do motorista, agora com a ajuda do cobrador que, nervoso tateava os botões do painel. E nada de funcionar. Viagem interrompida. Toca a descer  todo mundo. Espremidos no ônibus que vinha atrás, seguimos viagem. Ufa!

Nada nos impediria de chegar ao nosso destino. Naquela tarde um programa especial nos aguardava. Uma apresentação do maestro João Carlos Martins e convidados, na Fundação Dorina Nowill para cegos. Na condição de guia vidente, fui com minha amiga Maria da Paz. 

Chegamos a tempo de ouvir o maestro falar de seus problemas de saúde e superação. Que por vezes, viu sua carreira musical ser ameaçada. Que coragem e humildade são seu norte. Falou da alegria em assumir a responsabilidade social. E se apresentou ao piano ao lado do violinista Renato Yokota e do jovem tenor Jean William. Grata surpresa.


Envolvidos neste clima, do caos fez-se a calmaria. Na apresentação da Ave Maria, a emoção foi tanta que muitos não contiveram as lágrimas. Nosso encantamento, pura magia. Almas enlevadas pela música que a tudo harmoniza.

 





 


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Esporte ou exibicionismo?



Foto by Suely Schraner

A chuva de uma semana inteira lavou tudo. Levou com ela os dias cinzentos e molhados. Um junho brasileiro que bateu todos os recordes pluviais.

Dia de show automobilístico em Interlagos.
Tudo começou numa manhã radiante com uma visita aos boxes. Homens máquinas e máquinas humanas.

Moças bonitas em pés de aço sufocados no salto agulha. Longas pernas, embaladas a vácuo. Sorrisos de “como está, fica”.
Foto by Suely Schraner

O público atento ao ronco dos motores. 

Naquele domingo matinal, a programação da terceira etapa do Campeonato Brasileiro de Gran Turismo e do Mercedes-Benz Grand Challenge.
Nas duas categorias,os mais sofisticados e velozes carros do país. Milhares pessoas no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Mercedes C250 Turbo disputavam a sexta corrida da temporada do Mercedes-Benz Grand Challenge. Mais tarde, os carros dos sonhos do Campeonato Brasileiro de Gran Turismo rasgaram os 4.319 metros de extensão do circuito. Isso e mais a corrida de motos.

Nos boxes, entre outros, o BMW Z4 GT3 tem um capô alongado e o banco do motorista deslocado para a traseira do carro. A diferença entre o modelo comercial e o de corrida pode ser encontrada sob o capô: enquanto a versão de rua do BMW Z4 é impulsionada por um motor de 6 cilindros, o GT3 é equipado com um 4.4 litros de 8 cilindros. A potência é transmitida através de um câmbio seqüencial de seis marchas, que agora também pode ser manipulado por borboletas no volante. Isto o catálogo explica.

O local destinado ao público do GT clube, situava-se num ponto privilegiado. Ampla visão, tendo o céu azul bordado de nuvens bailarinas. Mesas e cadeiras de madeira preta garantiam o conforto. Chão pintado de amarelo. Nele, copos descartados displicentemente. Algumas latas e papel, denunciavam o que todos já sabem: falta educação onde sobra dinheiro. Sobre nossas cabeças um gigantesco gazebo branco.  
Enlevados, empoleirados e revirando as órbitas no ritmo dos motores. Velocidades. Ver a cidade. Veracidade. 

Como num colar de miçangas multicoloridas, as motos e seus pilotos faiscavam no asfalto, qual enxame de abelhas.

 Reza a lenda que o nome Interlagos vem do fato o local foi batizado por conta da localização geográfica do circuito, que fica entre dois lagos artificiais (Guarapiranga e Billings). Outra história diz que o engenheiro responsável pelo projeto do autódromo viu semelhanças na região com Interlaken, na Suíça, e resolveu passar o nome do local para o Português.
Foi inaugurado em 1940. Desde 1972 sedia o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Mas não é dele que estamos falando. Interlagos tem 4.3km de distância e 71 voltas, totalizando 305.9 km de prova. 
O nome completo do autódromo é José Carlos Pace.  Nesse autódromo são realizadas as principais competições de Automobilismo do Brasil.
Também é utilizado, por vezes, para outros tipos de eventos. E mais não digo que qualquer um pode saber mais, dando um “google”.

07.07.2012
http://www.suelyaparecida.blogspot.com.br/