Saudações
Do beijo de Escariodes.
Da paz do Senhor das guerras.
Dos cristãos dando-se as mãos, manipulados ou não.
Do sol de outono a clarear as ideias de jerico.
Das maritacas arrulhando nos telhados irados pelas lágrimas da chuva.
Das cores das folhas que cantam sob os pés do mendigo.
Do papelão que cobre e abraça o corpo enrodilhado como o feto abortado num dia de festa natalina.
Das frestas que abrem dos neurônios a boiar em rios de etanol.
Da passividade marginal de um apalpado na blitz policial.
Dos mais aptos que sobreviverão na hecatombe natural.
Dos caçadores de migalhas que garimpam ouro em merda.
Dos que brincam de cabo-de-guerra nas quebradas da cidade, se estalam e requebram nas voltas que o mundo dá.
Dos que encontram as vitórias nas derrotas, das ideias vãs em porões-latrina.
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