Vida passa
Olhar navega
em nuvens lamurientas
Pássaros pousam no olhar de chaminés atônitas
Vida voa
Veloz na alegria
No vagar da agonia
Da janela da alma,
a noite beija a lua, afaga as folhas
Árvores acariciam águas da represa
Alvorada
Na janela do coração
Lampejos de vida
Esparramar de sol
Em retinas velhas de guerra
Vida que segue
colibri de outono
existências
No cantar da chuva doce
e no estalar de trovões
mansidão do orvalho,
Alvorada
Avistar de maritacas
trapezistas do amor
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