sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Carta à Noel

Í



Querido Noel

Naqueles idos, um parto “fórceps” mais  a hipoplasia, te deixaram sequelas. Hoje, um mosquitinho de nada,  anda fazendo estragos nas cabeças dos nenenzinhos. Trata-se do mosquito  que é vetor do vírus zikv  e que causa  a infecção “Zika vírus”.

É, caro cantor e compositor, “deu zica”. Uma zica geral.  Como disse Camões lá atrás,  “a pátria está metida no gosto da cobiça e da rudeza,  de austera, apagada e vil tristeza”. Com certeza,meu poeta,  seu bandolim choraria os mais triste  acordes hoje em dia. Seus desafetos teriam orgasmos cívicos, tripudiando sobre seu talento. 

Seu humor e sua crítica bem humorada, não dariam conta dos comentários ácidos e rasos das tais redes sociais. Aliás, estas, deviam se chamar “redes anti-sociais”.

Noel, é seu aniversário  e eu não deveria estar dizendo essas coisas. Entretanto, sua partida precoce livrou-o de poucas e boas. Fumar? Nem pensar. Todos os fumantes agora são párias. Beber? Só se fôr pedestre. O tal do bafômetro te flagra e é xilindró na certa. Namorar? Transar? Só se for “encapado”. “Com que roupa eu vou? 

Vou me despedindo por aqui. Pra quê mentir, se tu não tens esse dom de saber  iludir? Só me resta pedir ao garçom uma média, um copo d’água bem gelada, que eu não estou disposta a ficar exposta ao sol.

 Suas composições iluminam os meus ais. 

Abraços saudosos.

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