Raios
de sol riscam o chão. O espaço era Gaia. Condutores de lembranças.
Territórios
da memória.
No
jardim de miosótis, semear a nossa história.
A
tristeza foi embora e a saudade vem agora.
As
flores que a mãe plantava, emoldura a nossa hora. Embaralha o pensamento, no
vaso que brota e chora. Desfolhando toda a vida , substrato da memória.
Nos
sonhos reativados, um Pé-de-Juá se eleva. Sobre a terra calcinada, casal se
deita e releva. Na dura vida que leva, esperança se revela. Pensa na vida
latente, barriga que ora cintila. Do lado, poça obscura e água salobra
quente.
Já
nos sonhos à galope, o cavalo mais amigo. Corre, leva ao cajueiro a jovem que
vai ligeira. Alcança qualquer parada. Avança leve e fagueira.
Uma
linda Pitangueira ilustra o sonho infantil. No quintal daquela avó, a guirlanda
de pitangas, enfeita e inspira a aprendiz.
Um
vento bate e balança, Guapuruvu que era “a Gê". A copa, em forma de cálice, preenche todo saber.
A
mangueira mais querida guarda histórias como a brisa. Colinas encantadoras,
amores primaveris.
Substrato,
vida breve, resiliência e aprender. Foi naquele bambuzal um caso de enternecer.
Leveza, amores e cores. Entremeios de gorjeios. Cantiga de passarinho rivaliza
com carinho. Da disputa entre os dois, ganhou o que branco era. E neguinho se
conforma dizendo: que nada, que oras bolas! Onde anu-branco repousa, anu-preto
não tem hora. Acabou-se o que era doce. Daqui eu já vou me embora.
Quanto
custa um bem querer, Anu preto do sertão. Soubesse
a dor da saudade não cantava assim mais não.
Por
fim, um sonho conjunto. Jardim a realizar. Mão na massa todos juntos. Um mundo
novo criar.
Nota:
Miosótis:
Planta rasteira que tem origem na Rússia,
A explicação do nome "não-me-esqueças" da flor pode
ser explicada por algumas lendas. Uma delas diz que num belo dia de Primavera,
dois jovens apaixonados se encontravam à margem de um rio. Nas águas
turbulentas, a jovem avistou um ramo de miosótis flutuando e ficou maravilhada
pela beleza da flor. O seu amado, mergulhou então para apanhar as flores e
oferecê-las à sua namorada. No entanto, quando tentou voltar para a margem, foi
arrastado pela forte correnteza. Esta lenda conta que pouco antes de
desaparecer ele gritou para a sua amada: "Não me esqueça, me ame para
sempre!". A partir desse dia a flor miosótis passou a crescer nas margens
dos rios, para que mais ninguém tivesse que morrer por sua causa.
Uma outra lenda conta que Adão, quando estava no Jardim do Éden
dando nome às plantas, esqueceu-se de uma planta muito pequenina, que
interpelou Adão para saber qual seria o seu nome. Adão então disse que seria
“Não-me-esqueças”, para que ele nunca mais a esquecesse.
A flor Miosótis
(Não-me-esqueças) é conhecida também em outras línguas como: “Forget-me-not” (Inglês), “Vergissmeinnicht” (Alemão), “Nomeolvides” (Espanhol), “Nontiscordardimé” (Italiano).
A flor Miosótis foi utilizada como emblema secreto da Maçonaria,
para que os maçons pudessem se identificar durante as perseguições às lojas
maçônicas na Alemanha.
É uma flor que simboliza a caridade e a fraternidade.
Dizem que as lágrimas derramadas nas pétalas pela Virgem Maria
deram a cor azul à flor. Existem Miosótis também nas cores branca e
rosada. São plantas rasteiras que se dão bem em baixas temperaturas e surgem na
primavera. Fonte:
http://www.significados.com.br/flor-miosotis/
Guapuruvu: árvore de
grande beleza ornamental cujo tronco é utilizado para fazer canoas e as
sementes para bijuterias.
Juá: também conhecida como juazeiro.
Fruto amarelo. Tem propriedades medicinais. Típica da caatinga nordestina.
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