“Felicidade se aprende nas horas de descuido” – Guimarães Rosa
A nossa impressionante confraria ficou desfalcada. Daquele sorriso,
daquela presteza e generosidade incontidas, restaram lágrimas explícitas,
copiosas.
Agora esta saudade plasmada na tristeza, encapsulada nas horas
incertas. Horas dolorosas a rebobinar afetos e alegrias, vivamente
compartilhadas.
Entre tsurus e pesares, a busca de novos ares. Golpe de ar.
Retorno ao princípio de tudo.
Helena que não era de Tróia mas muito, muito guerreira. Partiu
deixando um rastro de luz e lágrimas. Mulher que sabia se mover e
comover. Gestos simples multiplicando gentilezas em meio a tantas incertezas.
Poemas copiados nas fichinhas sem saber que era ela, a poesia e a ordem.
Emoções emudecidas. Razões reconhecidas.
Enrodilhando-se em dor, entregando-se, doando-se. Fazendo comidinhas
saborosas. Presença amiga. Presente.
Dizem que chorar nossos mortos é ainda celebrar a vida. Uns vão,
outros ficam. É da vida. Navegar em emoções. Soltar as asas da paixão. Aos que
ficam, dizem, aproveitem.
Amizades, poesias, vinho, sabedoria. Tudo amalgamado na Ordem da
Poesia e do Vinho. Resignificados.
Nós aqui, tristíssimos, extáticos. Ela, no espaço sideral,
reservado só aos raros, a nos contemplar e animar.
Um mar de tsurus para Helena